segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sapiranga 56 Anos de história






Colaboração Texto: Professora Drª Doris Rejane Fernandes. Sapiranga 50 anos de emancipação mais de 200 de história. Porto Alegre: Alcance, 2005. Fotos: Museu Municipal Adolfo E. Lindenmeyer.

Sapiranga: um município cinqüentenário
Neste ano, estamos comemorando 56 de emancipação política. Este fato significa que há meio século conquistamos nossa autonomia administrativa e por um desejo comunitário com ampla e plena participação de todos os moradores, incluindo todas as faixas etárias. As poucas imagens que temos desse período comprovam a afirmação feita.

Caminhada da posse


A Campanha pró-emancipação iniciou nos meses finais de 1952 e o processo encaminhado através de um abaixo-assinado dos eleitores de cada unidade territorial, composta por oitocentos e quarenta e três eleitores, número suficiente para encaminhar o plebiscito necessário. As oposições vinham de Taquara, Campo Bom e São Leopoldo por perderem parte de seus territórios e a arrecadação correspondente. Comícios, campanha com panfletos, informações passadas pelo jornal O FERRABRAZ, visitas a residências e localidades eram as atividades necessárias e que culminaram com a consulta plebiscitária de 20 de dezembro de 1953. O resultado final foi registrado em ata: Verificou-se, assim, que o distrito de Sapiranga, município de São Leopoldo, preferiu a emancipação (...), por mil e trezentos e oitenta e um (1.381) votos favoráveis, contra noventa e seis (96) votos desfavoráveis. As localidades de Funil, Poço Fundo, Campo Vicente e Picada Hartz, porém, todas pertencentes ao distrito de Parobé, em Taquara, manifestaram-se contra a emancipação, por duzentos e setenta contra setenta e seis votos.” Disso resultou que Poço de instalação do município tiveram participação da comunidade seja doando cadeiras, mesa, chaleira xícaras, folhas de ofício, tempo disponível, empréstimo em dinheiro para adquirir máquinas e equipamentos para realizar promessas de campanha e tornar a vida da cidade melhor que a de vila, 5º distrito de São Leopoldo.


Posse do Prefeito e Vice na Sociedade de Canto



Fundo e Funil, duas localidades pertencentes a Taquara, foram excluídas por não terem o mínimo necessário de aprovação (um quinto).
A Lei Estadual nº 2529 de 15 de dezembro de 1954 criou o município de Sapiranga e determinou a sua instalação para o dia 28 de fevereiro de 1955, bem como, as eleições se realizariam em 20 de fevereiro de 1955, e o mandato de prefeito e vereadores da primeira legislatura duraria até 31 de dezembro de 1955 para organizar o novo município.
A Campanha transcorreu em clima de conciliação e num processo democrático. A vitória dada pelas urnas coube a coligação UDN, PSP, PSD, PL, PRP E PTB(dissidentes): o prefeito Edwin Kuwer tendo como vice-prefeito Waldemar Carlos Jaeger do PRP (Partido da Representação Popular). Os vereadores eleitos foram: D. Manoel Bailet Candemil (PL), Anita Lydia Wingert (PTB), Adolfo Ewaldo Lindenmeyer (PL), Arthur Ernesto Petry (PSD), Bertholdo Hauser (PTB), Armindo Otto Schawartz (PRP) e Leopoldo Luiz Sefrin (PSD).

Primeira Câmara de Vereadores



Do processo de emancipação de Sapiranga podemos concluir que houve um processo de construção da idéia de autonomia com a participação da comunidade que, engajada, continuou a colaborar na fase deimplantação do município. A emancipação tem muitos nomes, porém o trabalho conjunto não permite uma listagem individual para não fazermos injustiças por omissão. Ela foi resultado de um trabalho da comissão emancipacionista amparada pela comunidade. Houve credibilidade nos políticos que assumiram o novo município, tanto que a verba inicial para aquisição de material básico veio dos cidadãos por empréstimo. A participação feminina na primeira legislatura, que criou as primeiras leis e organizou o município administrativamente, foi representada por Anita Lydia Wingert. Esse fato é algo importante, pois na década de 50 as mulheres tinham espaço na política. Precisamos estudar que espaço era este e como foi utilizado precisamente. A data de comemoração da emancipação foi estabelecida por lei, a Lei nº 1, ficando a da instalação do município e não o da criação para comemorar este acontecimento, o que difere do que geralmente é seguido.
Falar da emancipação de Sapiranga é uma forma de comemorar. Comemorar não significa fazer apenas festas, mas relembrar como aconteceu e pensar no processo, buscar novas informações, valorizar o trabalho e pensar como estes homens e mulheres construíram suas vidas e da comunidade. É pensar como a participação do passado pode ser vivenciada hoje e de que forma cada sapiranguense pode fazer a sua parte. A marca desse momento histórico se chama comunidade. Vivemos momentos de transição, isto é, buscamos novas formas de nos adaptar as grandes transformações pelas quais passamos e encontramos na História aquilo que perdemos. Este ano comemoramos os 50 anos de criação do Instituto Estadual Sapiranga, os 160 do início da colonização alemã em nosso município e uma nova administração se inicia. E nós, o que faremos? O que contarão nossos descendentes?
A História é escrita não só para dizermos chavões de que serve para compreender o passado e o presente, mas principalmente para podermos refletir e diante dessa reflexão planejarmos o nosso futuro e estabelecer formas de execução de nossos sonhos.

Vista da Praça central (da Bandeira) e da Sociedade de Canto na década de 1960

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